Dicas de Didgeridoo


Nesta seção serão postadas dicas de como tocar, cuidar, variações de som e como honrar seu instrumento.
Qualquer dúvida entre em contato.
Didigeridoo – Dicas de como tocar

Mais uma vez agradeço ao sitehttp://www.didgeridoo.com.br/ por ter um material tão rico sobre didgeridoo.
Uma das maiores dificuldades que as pessoas tem é quando chega hora de tocar. Um assopra, o outro berra, mais é assim mesmo. O Didg é um instrumento que só precisa de uma coisa pra aprender, ´´força de vontade´´ e um pouco de dedicação.

Selecionei mais algumas curiosidades sobre esse instrumento, espero que ajude você em suas práticas e aprendizado.

Como tocar?
Didgeridoo é só um tubo oco, não tem furinhos para ficar tapando e destapando, não tem chaves, não tem palheta, não tem cordas, não tem baquetas, não tem teclas, não tem couro, não tem clave (sol, fá, essas coisas), não precisa de partitura… e tem um som encantador!
Pela sua simplicidade e pelo seu som nos chamar fortemente a atenção, o Didgeridoo é um instrumento fácil de tocar, o que não quer dizer que algumas pessoas não sintam dificuldade em aprendê-lo. Mas atenção: essa dificuldade não vem do instrumento, mas das atitudes! Esta página aponta as atitudes adequadas; tendo-as, a aprendizagem é realmente fácil. Portanto, se a sua intenção for a de aprender a tocá-lo, leia e releia esta página, prestando especial atenção às atitudes sugeridas bem como às dicas de como tocá-lo.

Instrumento Intuitivo
Este é um instrumento intuitivo, não sendo preciso pensar para tocar nem aprender notas musicais, e sim ir experimentando, descobrindo e permitindo que variações de sonoridade se revelem por si mesmas. Lembre-se: como na vida, uma vez dado um passo, o próximo passo se torna fácil!
Então, não se preocupe com metas distantes. Desfrute o ponto em que você está e prossiga tocando, já que outra característica desse instrumento é que o desfrute da sonoridade pode se dar desde a primeira vez em que a pessoa emite um som do Didgeridoo, por mais simples que ele seja.

Saiba: um ponto muito importante na aprendizagem é valorizar e apreciar os sons já emitidos, pois, quanto mais você os valoriza e os aprecia, mais intensamente prestará atenção a eles e, assim fazendo, mais captará sutis variações sonoras e o que as originou, o que lhe acelera a constante aprendizagem! Um passo por vez… e, cada passo, um prazer em si mesmo…

Se você conseguir tocar o mínimo, um sonzinho curto e simples, já está bom. Continue com esse som e, de repente, vai perceber que alguma melhora acontece; prossiga, e novamente vai perceber que outra melhora acontece… É assim, como na vida, que constantemente está nos ensinando a viver com sabedoria, e a nossa parte é ficarmos atentos e assimilarmos as aprendizagens oferecidas.
Insistindo, já que é muito difícil para o ego aceitar esta verdade: o importante não é tocar bem, o importante é se sentir bem ao tocar!

Processos de Aprendizagem
Há pelo menos dois processos para aprender a tocar Didgeridoo.
Um é receber instruções de um professor para fazer isso e aquilo, empenhar-se para reproduzir esse ou aquele som e decorar isso e aquilo, como acontece ao aprendermos a tocar qualquer outro instrumento musical.
O outro processo, que aqui enfatizamos, é aprender sozinho, ao fazer do tocar Didgeridoo um treinamento para estarmos com a nossa percepção intensamente voltada para o aqui e agora. O que ocorre é que, sendo nós principiantes ou tocadores experientes, quando conseguimos nos manter presentes ao tocar, nosso tagarelar mental diminui e, como consequência, a criatividade se manifesta naturalmente, o que significa que variações de sonoridade se revelam passo a passo por si mesmas.

Lembre-se: quanto mais uma pessoa estiver atenta ao aqui e agora, menos pensamentos involuntários passam em sua mente! Nesse processo, a máxima é: esteja atento aos sons do Didgeridoo, à sua postura, à posição de sua boca e língua, às suas mãos ao segurar o instrumento, à sua respiração e a qualquer outra coisa que espontaneamente lhe chame a atenção, e tão atento a ponto de haver o mínimo de preocupações em sua mente, inclusive nem se preocupando com o som que virá a seguir!
Isso não quer dizer que, assim fazendo, em dois dias estaremos tocando muito bem Didgeridoo. Não é isso, mas assim fazendo e nos dedicando à prática, de preferência diária, estaremos entrando em um excelente, fascinante e agradável processo de aprendizagem espontânea.
Na escolha do processo de aprendizagem em que estar presente é a meta central, é preciso se abdicar das intenções de nosso ego de tocar como “fulano de tal”, de fazer esse e aquele som maravilhoso, de dar um grande show de Didgeridoo e ser aclamado por isso e coisas assim, por mais tentador que tudo isso possa ser. O Didgeridoo tanto pode ser um instrumento para alimentar o nosso ego como pode ser um instrumento para intensificar a nossa Presença, e as duas alternativas são excludentes uma da outra: quanto mais ego, menos Presença, e quanto mais Presença, menos ego. Antes de escolher o seu processo de aprendizagem, tenha claro o que você realmente quer para si.
Para o sucesso do processo de aprendizagem aqui enfatizado, há apenas três condições: gostar de produzir os sons do Didgeridoo, praticar regularmente e conseguir de fato estar relativamente presente ao tocá-lo. Devido a esse último ponto, convém que a pessoa também vivencie regularmente outras práticas de meditação, como a Meditação Humming, por exemplo, explicada na página Meditação Ancestral deste site.

Resumindo: estar com a percepção intensificada ao que se passa no aqui e agora, sem acoplar pensamentos ao que é percebido, é a chave do aperfeiçoamento crescente!


Horário e duração: Escolha um horário que lhe seja mais conveniente para tocar. O tempo mínimo recomendado é de 10 minutos por dia e, conforme sua vontade e disponibilidade de tempo, pode ser mais do que isso, por exemplo, 30 minutos. Com um despertador, é conveniente marcar esse tempo mínimo (despertador do celular, por exemplo). Logo você vai perceber que esses momentos de prática diária não são uma obrigação, mas um profundo e valioso lazer que você mesmo se presenteia.

Local: De preferência, toque em um lugar que lhe dê privacidade, que lhe seja agradável e que tenha uma boa acústica. Em relação à acústica, quanto maior o eco do local onde está posicionado o orifício inferior do Didgeridoo, melhor; experimente, por exemplo, na quina das paredes do box do banheiro (com o chuveiro fechado, é claro) ou entre uma parede e um armário. A privacidade, além de deixá-lo mais à vontade, também é importante em relação ao respeito aos outros, já que pode haver pessoas à volta que não estejam na disposição de lhe ouvir tocar.

Percepção Intensificada: Tocar Didgeridoo, pelo profundo e agradável impacto de suas vibrações sonoras sobre quem o toca, é uma das situações que mais facilitam com que estejamos intensamente presentes, tanto mais quanto mais a pessoa desfruta os seus sons.

Podemos esquematizar orientações quanto a isso:

• Enquanto você toca, procure manter-se continuamente presente, ficando atento aos sons emitidos do Didgeridoo ou a qualquer outro elemento do aqui e agora que espontaneamente lhe chamar a atenção momento a momento, mas sem adicionar imagens mentais, pensamentos ou julgamentos voluntários sobre nada.

• Permita o agradável fluir dos sons que surgem a partir dessa percepção intensificada.

• Procure identificar quais são os pensamentos dispersivos que inevitavelmente acabam ocorrendo e, ao identificá-los, serenamente os interrompa, ao voltar a atenção para os sons ou para qualquer outro elemento do aqui e agora que espontaneamente lhe chamar a atenção naquele exato momento.
Se quiser, logo após terminar de tocar permaneça alguns minutos em silêncio e o mais imóvel possível, sentado confortavelmente de olhos fechados e com a coluna reta, procurando manter-se na mesma atitude de percepção intensificada. É provável que você se surpreenda com o quão agradável esses momentos podem ser.


Dicas Básicas de Como Tocar Didgeridoo
• Encostar toda a borda do bocal na pele à volta da boca, de tal modo que obstrua a saída do ar por esse orifício superior e que todo o ar soprado saia pelo orifício inferior. Mas atenção: encoste levemente, apenas o suficiente para obstruir essa saída do ar, pois se apertar com força, a tendência é os lábios ficarem “presos”, o que atrapalha a sua necessária vibração, explicada mais abaixo. Lábios soltos e relaxados são o segredo!

• O bocal pode ser encostado no centro dos lábios (tocando de frente) ou na parte esquerda ou direita dos lábios (tocando de lado).

• Muitas vezes ajuda molhar os lábios com a saliva imediatamente antes de começar a tocá-lo.

• Enquanto se toca Didgeridoo, manter solta e relaxada a parte dos lábios que está dentro do bocal, pois a maioria de seus sons acontece pelas vibrações dessa região. Assim, para acontecer os sons do Didgeridoo, não se deve apenas assoprar o ar, e sim vibrar os lábios enquanto se assopra! Para os principiantes, em geral ajuda, antes de tocá-lo, fazer exercícios que relaxem os lábios e que lhe provoquem essas vibrações, ao delicadamente relinchar como um cavalo ou provocar sons como se fosse uma criança imitando o roncar do motor de um carro (Brrrrr….). Para efeito de treino, sem o Didgeridoo, convém chegar a um ponto em que essas vibrações dos lábios aconteçam de uma maneira fácil, solta e relaxada, e de preferência em apenas um dos cantos da boca (no canto que for mais fácil fazê-las). Se for preciso, coloque os dedos das mãos sobre a metade ou um pouco mais que a metade dos lábios, deixando livre a parte restante deles, de tal modo que vibre só essa parte livre. Para alguns, esses exercícios dos lábios, sem o Didgeridoo, são condições necessárias para desencadear a mesma vibração dos lábios com o Didgeridoo.

• Mantendo as vibrações dos lábios dentro do bocal, provoque também variações de movimentos dessa parte dos lábios, o que desencadeia diferentes sons do Didgeridoo. Geralmente, “tocar de lado” (bocal na parte esquerda ou direita dos lábios) facilita uma maior variedade desses movimentos.

• Como exercício de fôlego, procure manter pelo maior tempo possível, em uma só expiração, a vibração dos lábios com algumas variações sonoras.

• Diferentes intensidades do ar soprado desencadeiam diferentes sonoridades. Em geral, os principiantes sopram com muita força, o que acaba fazendo com que, desnecessariamente, se cansem rapidamente e acabe logo o seu fôlego. Na verdade, a não ser que haja intenção de provocar determinados efeitos sonoros, não há necessidade de colocar muita força na expiração, podendo soltar o ar de uma maneira lenta e suave.

• Uma dica referente à higiene é só tocá-lo com a boca limpa, ou seja, só tocá-lo quando a pessoa não comeu nem bebeu nada (exceto água) depois da última vez em que escovou os dentes. Senão, pequenas partículas de alimento acabam saindo da boca e se instalando na parede interna do Didgeridoo, o que, em pouco tempo, provocaria um odor desagradável.

Depois de a pessoa ficar à vontade na produção de sons com o Didgeridoo simplesmente provocados pela vibração dos lábios, ela acaba descobrindo por si mesma que outros fatores determinam variações sonoras. As dicas abaixo podem acelerar descobertas que naturalmente iriam acontecer com o tempo:

• Movimentos da cabeça e do próprio Didgeridoo também desencadeiam diferentes variações sonoras.

• A posição e o movimento da língua determinam importantes variações sonoras ao tocarmos Didgeridoo. É comum a pessoa provocar determinados sons e não ter consciência de que o determinante desses sons é justamente a posição e/ou os movimentos de sua língua. Por exemplo, há uma enorme diferença sonora quando, enquanto tocamos, posicionamos a língua como se fôssemos pronunciar a letra “i” em relação a como se fôssemos pronunciar a letra “o”, ou como se fôssemos falar “tá” em relação a como se fôssemos falar “dá”. Experimente essas diferenças…

• Sons guturais (ruídos ou grunhidos produzidos na garganta) também podem ser acrescentados aos demais sons, o que em geral dá, devido ao efeito amplificador do Didgeridoo, uma combinação sonora bastante poderosa.

• Sons mais elaborados das cordas vocais, como sons que lembram diferentes tipos de gritos, ruídos ou cantos de animais, também podem ser acrescentados aos demais sons. Por exemplo, enquanto você toca, com suas cordas vocais pode imitar o canto de baleias ou o latido de um cachorro grande ou de um cachorro pequeno. Também enquanto você toca, como se fosse um ventríloquo, qualquer palavra pode ser pronunciada, por exemplo, a própria palavra “Didgeridoo”.

Cada um tem sua maneira própria de tocar Didgeridoo. Portanto, se a sua maneira lhe for agradável, dê a si mesmo plena liberdade de seguir em frente com ela.

No processo de aprendizagem aqui enfatizado, é claro que um professor de Didgeridoo também pode ser útil, tanto mais quanto mais ele der ênfase no estar presente ao tocar, mas não o considere como essencial, pois ele não o é. Aqui, a função mais importante de um professor é estimulá-lo a praticar com as adequadas atitudes, mas esse estímulo você pode encontrar em você mesmo! Agora, se sua prioridade for emitir esse e aquele som específico com o Didgeridoo, e não simplesmente tocá-lo para aflorar a criatividade que surge a partir de sua percepção intensificada, então, nesse caso, um professor pode ser bastante útil.
Um ponto crucial na aprendizagem é a respiração circular, também não essencial, mas muitíssimo importante. Aqui, um professor também pode ajudar, mas seguindo os passos apresentados na próxima página deste site, para quem se dedica de fato a passar por eles é muito fácil aprendê-la.

Mas atenção: primeiro aprenda a emitir sons do Didgeridoo com facilidade e naturalidade, para só então praticar esses passos.

Agora é só praticar e logo se reunir com seus amigos para fazer um som bem legal.

abraços.
Anand



Respiração Circular

Muitas pessoas quando estão aprendendo a tocar Didigeridoo, me questionam sobre qual a maneira mais fácil de aprender a tocar.
De todas as técnicas que experimentei, essa foi a mais fácil e eficaz no meu processo de aprendizagem. É preciso o mínimo de dedicação para aprender a tocar.
Muitas vezes no processo de aprendizagem, ficamos horas em frente ao computador baixando vídeos. As vezes ajuda, ver outra pessoa tocar, mais na maioria das vezes é um impecilio, pois esquecemos o nosso processo para entrar no processo do outro. E o que poderia ser feito em algumas semanas, pode demorar meses.

Lembre-se: Enquanto estiver aprendendo a tocar, esqueça vídeos de pessoas que já tocam bem. Isso pode te atrapalhar.

Abaixo uma boa explicação de como aprender a respiração circular, usada para se tocar Didgeridoo.

Como o saxofone, o trompete e outros instrumentos de sopro, o Didgeridoo pode ser tocado tanto com a chamada respiração circular como sem ela. A respiração circular é um tipo de respiração que permite que o som não seja interrompido ao se fazer a inspiração do ar; assim, com ela, a pessoa que toca o Didgeridoo pode emitir sons contínuos por vários minutos.
O princípio dessa respiração circular é bastante simples. Ao tocar Didgeridoo, soprar pela boca o ar que vem dos pulmões, porém, quando chegar o momento da inspiração pelo nariz, passar a soprar o ar contido na cavidade bucal, de tal modo que o soprar continue também durante a inspiração e, assim, continue a produção dos sons do Didgeridoo. Realizada a inspiração pelo nariz, voltar a soprar o ar que vem dos pulmões, e assim por diante. Dessa maneira, para que a pessoa consiga inspirar pelo nariz ao mesmo tempo em que elimina ar pela boca, basta que o ar eliminado no momento da inspiração venha apenas da cavidade bucal, e não dos pulmões, deixando assim livre as vias respiratórias para a entrada do ar.
Em outras palavras, a pessoa alterna a eliminação do ar, ora vindo dos pulmões, ora vindo da cavidade bucal, e não provocando pausa do soprar nessa alternância. É claro que, para eliminar ar da cavidade bucal, é preciso, segundos antes, armazenar ar ali, o que em geral deixa, nesse momento, as bochechas como um pequeno balão.

Respiração Circular em Oito Passos
Antes de entrar nestes passos, convém que você tenha lido recentemente o “Como Tocar”, deste site. E como ali mencionado, para tocar Didgeridoo não é imprescindível fazer a respiração circular, embora ela enriqueça bastante a emissão dos sons do Didgeridoo, ao permitir seu fluir harmonioso e contínuo e ao desencadear novas e belas sequências de sonoridade. Assim, para quem já estiver tocando um pouco, isto é, já estiver emitindo sons com facilidade e naturalidade, fortemente sugerimos que se dedique a aprender a respiração circular, e há uma metodologia simples para isso, abaixo descrita, cujo ponto mais desafiador é a decisão de realmente praticá-la!
Em geral, treinando alguns minutos por dia, em poucos dias a pessoa consegue passar pelos passos abaixo de uma maneira totalmente satisfatória. Depois, já conseguindo fazer a respiração circular ao tocar Didgeridoo, é uma questão de prática torná-la automatizada e natural.
Antes de iniciar este processo de aprender a tocar Didgeridoo com a respiração circular, ajuda a pessoa criar o hábito de, ao precisar interromper a sonoridade para inspirar, o fazer sem tirar a boca do bocal.
Também é muito importante entender que, para fazer a respiração circular, não é necessário nenhum dom especial, como não foi necessário nenhum dom especial para aprendermos a andar ou como não é necessário nenhum dom especial para que uma pessoa aprenda a dirigir. Na verdade, aprender a fazer a respiração circular é bem mais fácil do que esses dois exemplos anteriores, precisando a pessoa simplesmente ajustar sua coordenação motora para algo que não está habituada a fazer.

Observação: Estando no processo dessa aprendizagem, não vá para os próximos passos enquanto não conseguir fazer de uma maneira totalmente satisfatória o passo em que você está, levando o tempo que for necessário para isso!
O primeiro e o segundo passos precisam de água a ser colocada em sua boca. Para isso, tenha consigo um copo cheio d’água perto de uma torneira ou vasilhame com água, para que ela seja facilmente reposta ao copo.

Primeiro Passo:
• Encha a boca de água, incline o tronco para frente, deixando a boca direcionada para uma pia ou para o chão (nesse caso, convém que você esteja em um lugar externo à sua casa, como em um gramado). Então, com a ajuda da gravidade, elimine lentamente a água, ao abrir um pouco a boca, mantendo o jato d’água uniforme. Enquanto você faz isso, inspire e expire algumas vezes pelo nariz!
• Repita esse processo várias vezes!

Este exercício evidencia que, se é perfeitamente possível eliminar a água contida na cavidade bucal enquanto a pessoa inspira e expira pelo nariz, é também perfeitamente possível eliminar o ar contido na cavidade bucal enquanto ela inspira pelo nariz.
Outro ponto importante deste exercício é a manutenção do jato d’água uniforme, pois para conseguir isso é preciso haver controle da língua e das bochechas, o mesmo controle necessário para a saída do ar enquanto se está fazendo a respiração circular. Assim, esse controle do jato d’água treina a musculatura correspondente para o que virá a seguir.

Segundo Passo:
• Encha a boca de água, mantenha-se ereto (convém que você esteja em um lugar externo à sua casa, como em um gramado) e elimine a água de sua boca em um jato uniforme que caia, aproximadamente, em um mesmo ponto à frente de seu corpo, a uma distância maior do que um metro. Enquanto você faz isso, inspire e expire algumas vezes pelo nariz!
• Repita esse processo várias vezes!

É importante a manutenção do jato d’água uniforme e que caia mais ou menos no mesmo ponto à sua frente, pois para conseguir isso é preciso haver impulso da língua e das bochechas, o que não acontecia no passo anterior, juntamente com o controle do jato, sendo esse o mesmo impulso e controle necessários para a saída do ar enquanto se está fazendo a respiração circular. Assim, o impulso e o controle do jato d’água treina a musculatura correspondente para o que virá a seguir.
Do terceiro ao quinto passo, o treinamento é feito com um copo com água pela metade, tendo dentro dele um canudinho de refrigerante. Quanto mais fino for o canudinho, mais fácil os exercícios, ajudando inclusive se torcermos o canudinho, de tal modo que sua cavidade fique menor ainda. E, se o torcermos, à medida que praticarmos com sucesso esses exercícios, convém distorcê-los, para acrescentar um nível de dificuldade maior.

Terceiro Passo:
• Com a boca cheia de ar, ponha os lábios no canudinho e, usando o impulso da língua e das bochechas, elimine o ar que está na cavidade bucal, e apenas ele, provocando bolhas na água, ao mesmo tempo em que inspira pelo nariz!
As bolhas que saem na água são indicadoras de que realmente o ar está sendo eliminado pela boca enquanto você inspira pelo nariz.

Quarto Passo:
• Igual ao passo anterior...
• Na sequência, sem provocar pausa na feitura de bolhas, ou com um mínimo de pausa, agora elimine o ar que vem dos pulmões.
Aqui, as bolhas também são indicadoras de que praticamente não há pausa na eliminação do ar quando da passagem do que vem apenas da cavidade bucal para o que vem dos pulmões.

Quinto Passo:
• Igual ao passo anterior...
• Na sequência, quando novamente chegar o momento de inspirar, encha rapidamente a boca de ar e, sem provocar pausa na feitura de bolhas, ou com um mínimo de pausa, elimine esse ar que está na cavidade bucal, usando para isso o impulso da língua e das bochechas, ao mesmo tempo em que você inspira rapidamente pelo nariz.
• Na sequência, sem provocar pausa na feitura de bolhas, ou com o mínimo de pausa, novamente elimine o ar que vem dos pulmões, e assim por diante, continuando nesse processo pelo tempo que você conseguir.

Essa é a respiração circular usando um canudinho dentro de um copo com água!
A partir do próximo passo, o treinamento é feito com o Didgeridoo, sendo que o sexto, sétimo e oitavo passos correspondem respectivamente ao terceiro, quarto e quinto passos. Muitas vezes convém intercalar os passos com o Didgeridoo com os correspondentes com o canudinho, já que, a essa altura, os com o canudinho já devem estar sendo feitos com facilidade, o que servirá de “modelo” aos passos com o Didgeridoo.

Sexto Passo:
• Emitir rapidamente o som do Didgeridoo apenas com o ar que vem da cavidade bucal, ao mesmo tempo em que você inspira pelo nariz. Nessa fase, não se preocupe com a qualidade sonora; o importante é que saia algum som, seja ele qual for.

Sétimo Passo:
• Igual ao passo anterior...
• Na sequência, sem provocar pausa na emissão do som, ou com o mínimo de pausa, continue a emiti-lo, mas desta vez com o ar que vem dos pulmões.


Oitavo Passo:
• Igual ao passo anterior...
• Na sequência, quando novamente chegar o momento de inspirar, sem provocar pausa na emissão do som, ou com o mínimo de pausa, continue a emiti-lo, mas desta vez com o ar que vem da cavidade bucal, ao mesmo tempo em que você inspira pelo nariz.
• Na sequência, sem provocar pausa na emissão do som, ou com o mínimo de pausa, continue a emiti-lo, mas desta vez com o ar que vem dos pulmões, e assim por diante pelo tempo que você conseguir.
Essa é a respiração circular ao tocar Didgeridoo! Agora é uma questão de prática até superar eventuais descoordenações motoras e torná-la fácil e natural! Observação: é normal haver mudança de sonoridade no momento da inspiração.

Nessa fase inicial da aprendizagem, é comum a pessoa sentir falta de ar ao tocar, sem saber se o que está sentindo é realmente pela ausência de ar ou pelo excesso de ar nos pulmões. Muitas vezes essa aparente falta de ar se dá pelo excesso de ar nos pulmões, pois a respiração está acontecendo sob a decisão ansiosa da mente da pessoa, e não pela necessidade natural do corpo da pessoa. É necessário chegar ao ponto em que a respiração circular aconteça por si mesma, deixando o próprio corpo tomar as rédeas da situação.

Boa prática!!!
Anand Milan